Registro da festa de aniversário da minha irmã. |
Eu fiquei adiando, pra não dizer procrastinando, essa
publicação...
No último fim de semana de março eu estive onde escolhi estar, com
pessoas lindas, em um espaço de aprofundamento técnico/profissional e pessoal.
Pois, se você não é conhecedora da Gestalt-terapia aqui vai uma informação
relevante sobre essa abordagem, SER Gestalt-terapeuta está para além de uma
fundamentação teórica, escolher SER Gestalt-terapeuta é escolher estar no mundo
a partir desta perspectiva, é se relacionar de maneira gestáltica com a vida.
Toda atividade, aula, workshop, vivência, atendimento,
supervisão, é também um mergulho em si, vai por mim, é inevitável. Viver a
partir desse olhar é ser convidada a estar consigo, se perceber, se aprofundar
em seus próprios desafios, é atentar-se a sua própria forma, e assim ser
instrumento para que o outro possa se reconhecer também.
Na semana passada, eu assistia um vídeo do Jorge Ponciano
(um dos gigantes da Gestalt-terapia no Brasil), e ele comentou que a
Gestalt-terapia contempla a espiritualidade do humano, e aqui não estamos
falando de absolutamente NADA relacionado a religiosidade, e sim sobre uma
dimensão absolutamente humana, como são as dimensões biológica, psicológica e social.
Eu e o Professor Hugo Elídio :) |
Trago isso pois, durante o fim de semana com Hugo Elídio
(outro gigante), foi reforçado esse lugar sensível e INTUITIVO da
Gestalt-terapia.
Foi emocionante estar entre jovens terapeutas com olhinhos brilhantes. Estar em
coletivo é algo que me nutre profundamente! (Eu já devo ter dito isso)
Ainda durante o fim de semana, celebramos o aniversário da
minha irmã, e como eu já estava “com o campo aberto”, a percepção gestáltica
aguçada por ter passado a manhã neste workshop, fui me dando conta ou “fazendo
o download” de conteúdos importante sobre mim mesma, sobre a minha forma de me relacionar com as pessoas e com os ambientes.
No domingo tivemos mais um turno recheadinho de atendimentos,
aprendizados e expansão. Voltei pra casa bem “coisada” (piada interna de alguns
Gestalt-terapeutas), mexidinha nos meus afetos. E precisei me recolher para
integrar o que foi vivido.
Na segunda, facilitei supervisão para as duas psis que
acompanho desse lugar de supervisora, e a tarde fui para a minha terapia. Nossa,
foi INCRIVEL, pois pude integrar lindamente os meus conteúdos internos...
E se eu posso trazer um resuminho é assim:
Eu já reconheço
com muita nitidez o que não me serve mais; os lugares, relações, pessoas,
objetos... O que não significa que eu já preciso saber o que me serve, onde eu
me reconheço, o que faz sentido pra mim. E eu estava atuando como se já tivesse
que saber, me gerando angustia, ansiedade e agonia.
Não, eu não preciso saber agora, pois estou me disponibilizando
para o que surgir, para o novo e desconhecido, e isso é bem estranho para quem
tem uma tendência de querer prever tudo, entretanto, estou respirando nesse
lugar de "falta", pois este também é um lugar. Respirar da falta.
Respira... sente. Fico repetindo esses comandos para mim
mesma. A minha tendência é a de me lançar para um tempo que não é o agora, a
minha mente anseia por um lugar seguro, é como se eu buscasse preencher o "espaço vazio" que fica entre "o que não serve mais" e o que se apresentará.
E acabo não apreciando a presença, o momento vivido aqui e agora, a falta e sua serena presença.
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