Deixa eu te contar que hoje, há alguns instantes, me peguei pensando em algo e senti de trazer para compartilhar... Por muitos, muitos anos as minhas manhãs e/ou tardes de Sábado eram comprometidas com algum projeto/trabalho/curso.
Eu não podia acordar um pouco mais tarde, eu não podia ir
pra praia, eu não conseguia fazer um plano de viagem para o fim de semana, porque
nos sábados eu sempre tinha algo. E eu sou do tipo de pessoa que quando se
disponibiliza e se compromete com algo, eu não falto.
Na adolescência eu fui muito participativa em grupo de
jovens da Igreja, então tínhamos umas reuniões aos sábados pela tarde, e ações
junto a comunidade que a paróquia assistia.
Quando eu era estudante de Design (2006-2011) eu estava
sempre envolvida nos movimentos estudantis de Design, então sábado era o dia de
reunião, quando não tinha, eu estudava Alemão (sim eu já estudei Alemão, por 2
anos. Mas isso é outro assunto.) E as vezes era Alemão de manhã, e reunião a
tarde.
No período de transição entre Design e Psicologia (ano de
2012), eu trabalhei no comércio, num shopping (também posso falar sobre isso
depois), e para quem trabalha em shopping não existe final de semana, na
verdade o fim de semana é justamente quando tem mais trabalho. Todo o meu
primeiro ano da faculdade de Psicologia eu paguei com esse trabalho. Depois eu
saí do shopping e durante a graduação de Psicologia (2013-2017) eu fiz alguns
cursos, formação em Constelação e rolavam uns compromissos do Centro que sou
voluntária até hoje. Então eram muito raros os fins de semana livres.
Ao concluir a graduação eu entrei para a Formação em Gestalt-Terapia
do @Mutuar, onde algumas atividades aconteciam nos fins de semana, e estava
trabalhando como Psicóloga contratada de um espaço de Atenção Psicossocial, e quinzenalmente
eu era a Psicóloga de plantão dos sábados, quando eu não tinha formação ou
plantão, eu abria os grupos de Constelação. Tás entendendo?
Aí assim, você poderia me perguntar, mas tu gostava disso?
Sim, eu amava! Entretanto havia momentos em que eu não ficava confortável. Eu
sempre me apoiei no argumento de “sou jovem, não tenho filhos, e esse é o
momento de trabalhar muito e investir em mim!” Ok. Esse pensamento é coerente,
mas ele tem um preço também: O cansaço e a redução dos meus grupos de relações
sociais aos meus pares. Eu não tinha como descansar, cuidar da minha casinha ou
escolher sair, viajar, conhecer novas pessoas, novos universos. Confesso que o
que mais batia aqui era a questão do cansaço e nesses períodos aí eu tive
relacionamentos, que as vezes eram atravessados por esta minha “indisponibilidade”
nos fins de semana.
Tu nunca mais vai trabalhar ou se envolver em alguma
atividade aos sábados? Eu penso que isso é impossível, mas hoje eu posso
ESCOLHER o que faz sentido e onde eu vou imprimir a minha energia e o meu tempo.
Inclusive, posso escolher trabalhar aos sábados, entendendo que o sábado tem outro
valor e isso pode ser repassado ao meu cliente.
Eu tenho 100% de certeza que não estaria aqui se não tivesse
percorrido esse caminho. Feito essas escolhas.
Eu sei que muitas vezes você se sente cansada, não vê alternativas,
e parece que o mundo só quer sugar o teu tempo e tua energia.
Nessas horas, lembre-se que você tem o poder de ESCOLHER
quem está perto de você, onde você quer investir o seu tempo, sua atenção e sua
energia de criação. Se cerque de mentores, amigos, parceiros que querem te ver
voar e te inspiram.
Isso muda a perspectiva, sabe?
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