Estive pensando, outro dia, nas memórias que nos aguçam os sentidos (ou seria o contrário?)...
Pensei nisso em virtude do ano que acabou, 2013 não foi um ano muito fácil, teve seus méritos, sem duvidas, mas não foi fácil. Em 2013 eu (minha família) tivemos algumas perdas significativas, rupturas ocorreram (em especial no segundo semestre), e diante destes processos me pego refletindo sobre, como cada um reage diante de um "estímulo" que nos faz recordar das pessoas e/ou situações vividas, entende?
Conversando com alguns amigos já percebi que tem gente que, por exemplo, não pode ouvir "aquela" música, ou ir "aquele" lugar, e aí não consegue conter suas emoções diante da violência em que a memória se apresenta.
E observando e percebendo como isso se processa em mim, apenas um sentindo me desestabiliza...
Não sei se foram as (poucas) experiências que já tive nessa vida, ou minha parcela aquariana, ou se caracterize por um traço de personalidade mesmo, sei lá, podem ser tantas as explicações, o fato é que, pode tocar a música que dancei na minha festa de 15 anos com meu tio que faleceu, posso ir à sorveteria que ia com um grupo de amigos que hoje já não é tão presente, posso encontrar a coleira do meu cachorro que morreu durante a adolescência, posso ler a dedicatória no caderno do colégio, comer a comida típica da cidade em que morei, rever as fotos, reencontrar a família do ex... Dificilmente me abalo, sabe? A recordação existe, claro, mas não caio na melancolia, no choro, no desespero de não possuir mais aquilo (ou aquele), ou no sentimento de "nunca mais vou viver isso", ou na confusão de pensamentos...
Agora, percebes que deixei de mencionar um sentido?!...
Quer saber o que "quebra minhas pernas"? (Sim, por que eu tenho um ponto fraco neste contexto!).
O café é um caso curioso que eu tenho, não tomo, o sabor não me agrada, mas o cheiro... Ah o cheiro... |
O mais doido é que, eu penso que esse é o jeito mais forte de se reviver algo (talvez isso não ocorra com todo mundo, mas entenda...)
Por que você escolhe ir a sorveteria que ia com os amigos, você escolhe reler cadernos, rever pessoas, comer tais comidas, mas o cheiro não pede licença, ele chega, ele passa, ele invade...
E quando eu me dou conta, já estou revisitando sentimentos, vontades, memórias... É uma criatura que passa usando o mesmo perfume de seu tio, é uma roupa lavada que tem o aroma das roupas de cama da casa de seus avós, é o café do vizinho que te faz revisitar a infância sem que você estivesse preparado para isso, é o cheiro da pele (que você sente em sí próprio e se confunde ~ esse cheiro é meu, ou é o cheiro do corpo dele que ficou mim?)...
Pois bem, eu poderia passar o resto da noite divagando neste texto o quanto os aromas, cheiros, perfumes, me intrigam, instigam e invadem, mas antes de finalizar quero mencionar que o cheiro também cura.
Sim, eu não estou doida, á quase dois anos conheci a Aromaterapia, e esta tem, de verdade, me ajudado muito, inclusive em processos alérgicos crônicos que me acometiam durante meus momentos de inquietação, mas vou deixar para falar desta descoberta mais pra frente.
No mais, sou grata a você que leu até aqui esse relato bem particular, e fique à vontade para relatar que sentido mais mexe com você, sou curiosa... ;)
Um forte abraço!
Ps: Hoje vou deixar um vídeo que contempla muito bem essa questão do Cheiro, para mim. Além de ser um dos clipes mais sensíveis que já assisti nessa vida.
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